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Coisas normais no Japão que os estrangeiros acham “estranho”

Quando se está dentro de uma cultura relativamente homogênea como o Japão, não raramente coisas do seu entorno cotidiano pode parecer estranho para alguém de outro país.

E eu não me refiro apenas aos marcos históricos e roupas tradicionais,  estou falando sobre os itens encontrados na vida cotidiana, como banheiros, embalagens de produtos e telefones celulares.

 

japao-normal

A cultura do Japão moldou o design destes vários lugares e produtos de uma forma que a maioria dos japoneses jamais poderiam perceber que são diferentes dos seus homólogos estrangeiros.

Esperando mostrar um pouco dessas diferenças um tanto quanto surpreendente, o My Navi News realizou recentemente uma pesquisa perguntando a 20 estrangeiros que vivem no Japão, que coisas que eles consideravam ser de um “design totalmente diferente” quando se compara o Japão com seu país de origem, e as respostas foram bem comuns e esperadas;

 

Banheiro

Realmente o banheiro e principalmente os sanitários são algo que são bem diferentes, logo que cheguei no Japão fui morar em um apartamento em que o banheiro era junto, mas logo depois mudei para um em que a parte do banheiro e a de tomar banho são separadas e nunca havia imaginado que isso fosse comum aqui no Japão, já que no Brasil não é assim.

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Os sanitários com assento aquecido e cheio de botões também era algo jamais imaginado, fora a “motoquinha”, que é aquela louça no chão, no começo eu resistia muito em usa-la, mas ela ajuda bastante na hora, já que a posição para utiliza-la faz com que o intestino se exercite com mais facilidade.

A parte do banheiro também, praticamente todos os banheiros tem ofuro, e do lado de fora dica o chuveiro e tradicionalmente usa-se um banquinho em que ficam sentados para se lavarem, claro que pode ficar em pé também, fora que os banheiros são extremamente pequenos, e alguns são de plástico, no começo eu vivia batendo os cotovelos na parede.

 

 Celulares

Quando cheguei aqui no Japão ainda não existiam os smartphones, e eram populares os telefones de flip, aqueles que abrem, enquanto no Brasil eu estava acostumado com aqueles aparelhos pequenos.

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Mesmo agora na era dos Smartphones, os japoneses conseguem se diferenciar nessa globalização dos smartphones. Com seus cases diferentes e no caso das gurias, muitas personalizam com coisas brilhantes e do jeito que quiserem.

 

Moda

Nem preciso dizer muito disso né? A moda aqui é legal que não tem moda, você pode andar de qualquer jeito na rua que ninguém fica reparando e cagando regra igual no Brasil.

As pessoas aqui andam com roupas coloridas, xadrez, floridas, enfim, com estampas que são pouco costumeiras no mundo ocidental.

Não vou entrar no mundo das Lolitas, é um estilo que normalmente fazem os ocidentais lembrarem do Japão, mas que não se encontra a toda hora por ai, ao contrário desse estilo com cores e uma mistura bem diferente que é característicos dos japoneses.

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Eu mesmo quando cheguei no Japão achava muito estranho as pessoas usando camisa xadrez, hoje tenho várias, a convivência e adaptação faz você parar um pouco de perceber essas diferenças em relação ao mundo ocidental, que só reparamos quando começamos a lembrar como éramos antes ou quando tentamos ver o mundo aqui com “outros olhos”, como se fosse alguém que mora fora, o fato de ser de fora ajuda a poder enxergar esses dois lados da moeda.

 

Utensílios domésticos

Devido ao espaço limitado, o Japão é se especializou em fazer todos os seus utensílios domésticos compactos e empilháveis. Para as pessoas que vieram de países em que espaço não é problema, o talento desses projetos pode parecer surpresa. Desde estantes que são facilmente montáveis e algumas projetadas para caberem naquele espaço inimaginável, ou os potes de armazenamento que se encaixam perfeitamente para que possam caber em armários pequenos, tudo planejado e feito já pensando no limitado espaço que temos aqui na ilha.

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Os pratos durante as refeições também são algo bem diferente, a comida vem em recipiente reparados e todos em uma bandeja, principalmente se forem pratos japoneses, o café da manhã foi algo que no começo achei bem diferente, e hoje estou acostumado. Os japoneses não costumam comer pão e tomar café durante a manhã, eles comem arroz e tomam sua sopa de missô com mais alguma mistura, fazendo uma refeição quase que parecida com um almoço, quando fiquei hospedado em um hotel pela primeira vez por aqui achei estranho, apesar de saber do costume, no local tinha café da manhã no estilo ocidental também, mas hoje não raramente quando estou hospedado em algum hotel me pego fazendo meu café da manhã no típico estilo japonês, claro que com um toque ocidental a base de bacon e ovos junto com o arroz e missô.

 

Embalagens

A facilidade para abrir as embalagens aqui é algo sensacional, todas as embalagens tem alguma tirinha ou local para que a embalagem seja aberta com mais facilidade, coisa que é um pouco falha em alguns produtos brasileiros.

embalagens-japao

 

Existem diversas peculiaridades que são particularidades do Japão, então acho que posso até fazer um outro post citando mais coisas que são comuns aqui e não no ocidente.

E para você qual é coisa do cotidiano japonês que lhe pareceu estranho ou diferente ao chegar aqui e é algo normal na sociedade japonesa?

Filme ‘HAFU” mostra mestiços e famílias no Japão.

A palavra Hafu (ou haafu) é, naturalmente derivado da palavra Inglês “half”(metade), ou seja, 50%. Mas quando no Japão é usada para se referir a uma pessoa, eles simplesmente querem salientar que ele ou ela é “mestiço”, e que a outra metade da sua identidade é quase sempre (embora não em todos os casos) Japonesa apesar de que quase nunca lembrada.

 

HAFU-film

O filme “Hafu” já foi exibido no exterior por um bom tempo, o projeto teve inicio em 2008 e o filme gravado durante 2009 sendo finalizado em 2010, e finalmente terá sua primeira exibição no Japão no dia 05 de outubro(2013) no Uplink em Shibuya, Tokyo.
O filme apresenta quatro hafus e uma família cujos filhos são de raça mista. É uma tentativa sociológica iniciada por dois cineastas, Megumi Nishikura e Lara Perez Takagi. As cineastas convidaram alguns mestiços para responder às perguntas sobre o que significa ser Hafu e/ou japonês e como tal experiência define formas no Japão.  Veja abaixo trailer oficial.

A Yoshimoto Kogyo, uma das maiores empresas de entretenimento no Japão, vai fazer também destacar os mestiços, em uma espécie de talk show em Shibuya, em setembro, com um grupo de Hafu comediantes.

O tema do “Hafu Comedian Japan!” será apresentado no dia 04 de setembro e irá destacar dez comediantes da Yoshimoto, cujo um dos pais não é japonês.

Abaixo você pode ver duas das duplas de comédia da Yoshimoto, Denis (à esquerda) e Matenrou (à direita).

yoshimoto-half-comedians

Yukio Ueno faz parte da Denis e Antony do Matenrou – as duas duplas tem hafus. Eles vão estar no show para falar sobre sua experiência cotidiana de ser Hafu no Japão, que na maioria dos casos é fazer piadas auto-depreciativas. Mas se você ouvir atentamente as suas histórias, algumas de suas histórias podem muito bem ser visto como uma série de encontros diários com as pessoas, que institui certas imagens do desconhecido e que muitos estrangeiros passam por aqui.

Ueno é mestiço de brasileiro e japonês. Ele diz que é um alvo fácil para a polícia, que não raramente era parado. Em outra ocasião, quando ele foi para um izakaya(bar) com seus amigos, sua otoshi (aperitivo trazido automaticamente para a mesa de cada cliente) foi de pipoca enquanto todos os clientes tinham kiriboshi-daikon (rabanete ralado seco), um aperitivo que é muito “japonês”.

Antony, por outro lado, muitas vezes fala sobre como ele foi capaz de atender às expectativas das pessoas ao longo de sua vida. Só o fato de que ele não pode falar Inglês parece surpreender a muitos, inclusive os estrangeiros no Japão, que se aproximam dele, sem nunca pensar que a sua língua materna poderia ser o japonês.

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Enquanto alguns hafus como esses comediantes transformar suas experiências em entretenimento para o resto do Japão ver e apreciar, existem outras abordagens para destacar os mestiços no Japão.

Claro que há mais variedade de hafus no Japão do que os que vão se apresentarem no evento da Yoshimoto acima e que o filme pôde cobrir, mas o fato de que hafus no Japão ainda se destacam muito nos diz que isso pode depender de sua vontade e, talvez, a coragem e também,a aceitar e abraçar as diferenças.

Eu mesmo sou descendente de japoneses, e muitas vezes pensam que sou japonês, as pessoas ficam surpresas ao verem que não sou, principalmente pelo fato do meu nihongo não ser muito bom, mas achei bacana essa iniciativa da Yoshimoto e do filme, pois mostram uma realidade que já esta acontecendo, há muitos mestiços e estrangeiros no Japão e boa parte da população principalmente nos grandes centros, já se habituaram com essa mistura, mas ainda há muitos que estranham, o preconceito sempre vai existir, mas é legal ver iniciativas como essa, que visam mostrar esse lado da população japonesa ou que escolheu viver no Japão.

Darling wa gaikokujin- filmes japoneses

Olá enfermeiros e enfermeiras desse blog.

Hoje falarei sobre o filme “Darling wa gaikokujin “ (Meu querido é um estrangeiro)

Nos Estados Unidos o nome virou “Is He turning Japanese?”(ele está virando um japonês?)

Baseado em um livro/mangá de tirinhas curtas que é baseado na história da própria autora, Saori Oguri.

Saori Oguri (Mao Inoue, ela fez Tsukuji em Hanayori Dango) é uma Ilustradora que sonha em ser mangaká e conhece Tony László, um americano professor de uma universidade que ama kanjis. A graça do filme é na sua simplicidade (como ele é muito sonhador e ingênuo) de mostrar como duas pessoas de culturas completamente diferentes mantêm um relacionamento.

Não é um filme superromântico cheio de melodrama e mortes trágicas (tem um pouco de drama, mas na vida de quem nesse mundo não existem dramas, certo?) nem é um filme de se matar de rir. Mas é leve e gostoso, não é cansativo e você vê que as situações são perfeitamente reais e possíveis. Os detalhes do namoro são muito bonitinhos, apesar da atuação de Jonathan Sherr (tony, acho que ele foi escolhido pela aparência e não pelo talento) é um filme que vale a pena assistir.

Agora a minha opnião. AMEI por vários motivos. o primeiro é, se você é estrangeiro e mora no Japão, você entende as dificuldade do Tony e da Saori(entre os estrangeiros ) quando vai para encontros e festas com pessoas de outros lugares. Os estrangeiros no filme dizem uma coisa que eu sempre ouvi eles falarem por aqui(tanto americanos, brasileiros, ingleses, australianos, enfim), que as japonesas AMAM estrangeiros e aqui eles se sentem mais “à vontade” na hora da paquera. Se sentem mais interessantes.

Gostei também pelas diferenças e dificuldades do casal principal, eu realmente entendo a Saori. Sou brasileira, cresci no Brasil, mas absorvi involuntariamente muito da cultura japonesa (segundo a ka eu só não sou pontual)por ter crescido com a minha avó . Meu namorado foi criado de uma forma diferente, mesmo com a família materna japonesa, ele pouco aprendeu durante a infância, fora que a personalidade do Tony (avoada) e dele são iguais XDD.

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Eu recomendo, principalmente para quem quer conhecer um pouco dos japoneses reais e para aqueles que moram aqui.

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