Olá enfermeiros e enfermeiras, sim, eu não morri, traí o movimento “igaum” ou cometi suicídio digital.
A partir de hoje botarei mais um assunto aqui no blog, animes.
Para quem não sabe, eu gosto muito de animes, mangás e games etc. E, como acho que é parte fundamental da cultura japonesa, vou postar uma coisa ou outra sobre algum anime que eu gostei.
Hoje falarei de Hourou Musuko.
Hourou Musuko (O filho desorientado) é um anime baseado no mangá de Shimura Takako com o mesmo nome.
O anime trata de assuntos delicados, tendo como foco principal a transexualidade. O personagem principal, Shuuichi Nitori entrando agora no primeiro ano do Chuugakkou(seria o antigo ginásio acho). Mas Shuuichi guarda um segredo que apenas os amigos íntimos sabem, ele gosta de se vestir de menina.
Por ter traços delicados e jeito gentil, Shuuichi, quando vestido de menina fica bem bonita, e costumava brincar com isso com suas duas amigas Yoshino Takatsuki, que gosta de se vestir de menino e Saori Chiba, de temperamento forte e sincera . Mas uma confusão no passado fez com que os três se afastassem um do outro.
O ritmo da história pode parecer um pouco confuso, mas logo nos primeiros episódios você aprende que muitos eventos ficam implícitos em falas e flashbacks.
A entrada da adolecência, o preconceito da sociedade, amores e paixões, fidelidade com seus amigos, tudo isso é retratado de uma forma delicada e bonita.
Na minha opnião, todos os personagens secundários tem um charme, uma garota meio infantilizada, porém de uma força (interna) incrível ou é meio besta mesmo chamada Chizuru Sarashima se veste de menino na escola, dando coragem para Shuuichi e Yoshino para voltarem à seus antigos hobbyes.
O melhor amigo de Shuuichi, Makoto Ariga tem um desejo íntimo de ser uma garota, mas, diferente de Shuuichi ele não é bonitinho e delicado.
A irmã dele, Maho Nitori é uma garota explosiva e está em uma fase delicada da vida, é modelo, está começando um namoro e tem um grande preconceito e vergonha de seu próprio irmão.
Existem também os adultos, alguns tolerantes e outros não, um casal de amigos gays de Yoshino e Nitori que entendem perfeitamente o que esses dois passam em suas crises existenciais.
Não há mortes trágicas, robôs gigantes e magia nesse mundo, apenas crianças tentando enfrentar a realidade de que estão crescendo, e que a partir de agora tudo irá mudar aos poucos, tanto sua voz, quanto seus corpos, e que agora o preconceito e a intolerância tendem a piorar.
O traço é realmente bonito, com cores pastéis suaves e a trilha sonora combina muitíssimo bem com as cenas.
Os dubladores foram muito bem escolhidos, a voz de Nitori, assim como de Saori e Yoshino combinam perfeitamente com suas personalidades.
Quem acompanha o mangá nota que é um pouco diferente do anime, pois no mangá a história começa bem antes, ainda no primário, com Shuuichi entrando na escola de Yoshino, na quinta série.
Não é um anime “comum”, sei que muitas pessoas irão achá-la “chata” demais ou “surreal”, mas a temática é deveras interessante, o final é bonito e o andamento da história não é como parece ser nos primeiros episódios.
Recomendo muito para pessoas que gostam de ver animes diferentes.
Você não vai morrer de rir, mas também não é puramente água-com-açúcar, é uma obra muito bonita que precisa ser encarada em seu próprio ritmo, mas vale muito à pena. Como diz Nitori “afinal, do que é feito uma menina?”.