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Kamagasaki, o bairro mais pobre do Japão

A imagem do Japão é sempre associada a tentác tecnologia, modernidade, organização, tentác educação, e igualdade social, mas nem tudo é perfeito, claro que existem mendigos e pessoas vivendo nas ruas, mas o número é bem menor do que no Brasil, e também não existem grandes favelas pelo país, porém, tem um local que retrata de maneira gritante a parte pobre do Japão, Kamagasaki, bairro da grandiosa Osaka.

O interesse pelo local se deu por uma polêmica ocorrida durante a semana passada, quando um filme que retratava a pobreza do local foi impedido de participar do Osaka Asian Film Festival, os organizadores alegaram que perderam o filme, porém, o filme do diretor Shingo Ota foi parcialmente financiado pela cidade, chamado de ” Fragile”, o diretor se recusou a cortar cenas do filme, que identificou a localização da comunidade e fez referencias a certos aspectos da cultura local, ou seja, bem suspeita essa “perda” do filme.

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O nome Kamagasaki não existe mais no mapa, o local é totalmente ignorado pelo pode público e teve seu nome mudado em 1966, em uma tentativa frustrada de mudar a realidade violenta do bairro na época, local em que se concentravam manifestações violentas, apesar da mudança no nome, apenas o governo e a mídia se referem ao local como Airin – chiku, a população ainda chama o bairro pelo antigo nome.

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O local é povoado por pessoas que não tem emprego e nem moradia fixa, algumas sequer tem uma identidade, além de ter um grande número de idosos aposentados abandonados pela família, ou que simplesmente se isolaram por lá.

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Kamagasaki é cheio de prédios velhos, alguns abandonados onde existe grande concentração de moradores de rua que tomaram conta e moram nesses locais, e o único passatempo que os moradores tem é a bebida, e as drogas, não tão visíveis, mas bem presente na realidade local, então é comum ver algumas pessoas embriagadas jogadas em algum canto, um dos moradores até nos ofereceu um sake, comprado com o pouco dinheiro conseguido em um baito (bico), que é a única maneira que eles encontram para ter alguma renda.

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Todos os dias os moradores acordam com a esperança de conseguirem um trabalho no dia, para que consigam algum dinheiro para comer e beber, alguns sonham com um emprego fixo, mas sabem que é complicado, por não terem uma moradia fixa e como citei anteriormente, alguns nem identidade possuem, então centro de trabalho e bem estar de airin é o “point” do pessoal durante a semana.

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Meu espanto não foi tão grande ao visitar o local, mas de certa maneira chocou, pois nunca imaginei ver cenas assim por aqui, mas apesar da pobreza ser predominante e do local parecer hostil, existe um certo clima amistoso por parte de alguns moradores, pessoas sorrindo e conversando como em uma cidade do interior brasileiro, onde todas se conhecem, e isso tudo bem próximo de áreas badaladas da cidade, como Nipponbashi, Namba, Tsutenkaku e Shinsekai que atraem vários turistas, e muitos sequer fazem ideia da existência deste local.

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